Cálculo de Variações
Para entender um pouco da intuição por trás e da sua importância, esse é um bom texto.
Equações características Hamilton-Jacobi
A equação de Hamilton Jacobi é dada pela expressão
em que e . Reescreva , e (como se o tempo fosse a dimensão ) e assim teremos nossa variável. Podemos reescrever como o sistema
Note que, em particular, e e .
Remark: Lembre que a notação é o mesmo que dizer que você vai derivar com respeito a cada componente de . Se , temos que .
Com isso, nós podemos montar as equações características (dadas pela curvas características ),
o que permite intercambiar os parâmetros e .
e, por fim
Note portanto que podemos sumarizar essas equações em
em que as primeiras duas equações são as equações de Hamilton. A função também é chamada de Hamiltoniano. Um exemplo muito conhecido na estatística é o Hamiltonian Monte Carlo (HMC), que usa essa estrutura para procurar no espaço dos parâmetros.
O cálculo das variações
Introduzimos o Lagrangiano
Além disso, definimos o funcional ação como
em que as funções são duas vezes continuamente diferenciáveis com e fixados anteriormente.
Um problema geral do cálculo das variações é encontrar uma função que minimiza dentre todas as .
Exemplo
Qual a função cuja curva (diferenciável) entre os pontos e tem o comprimento. Dada uma função, sabemos que seu comprimento de arco é
Nesse caso, e sabemos que sua solução é o segmento de reta entre esses pontos.
Equações de Euler-Lagrange
A solução ótima para o problema de cálculo das variações resolve o sistema de equações Euler-Lagrange:
Note que resolver as equações não nos dão as funções ótimas, da mesma forma que derivada igual a zero não implica mínimo local de forma geral. Por isso, dizemos que as soluções das equações de Euler-Lagrange são pontos críticos de .
Exemplo: Seja , em que . Então a equação de Lagrange é que a lei de Newton para uma partícula de massa e campo de forças .
O interessante é que, dado uma Lagrangiano , podemos introduzir o Hamiltoniano
em que é definido como a função tal que . Podemos demonstrar que a partir desse , temos as equações de Hamilton, o que permite uma conexão entre as duas teorias.
Transformada de Legendre
Desconsidere a dependência de em e defina . Chamamos de transformada de Lagrange. Com algumas hipóteses em (convexidade e limitação superior de ), sabemos que existe tal que Se for diferenciável, teremos que (derive a equação a cima com respeito a e avalie em ). Então a equação tem solução em , isto é, Além disso, com algumas hipóteses sobre , também podemos provar que . Esse resultado é conhecido como Dualidade convexa do Hamiltoniano e Lagrangiano. A ideia de Dualidade vai ser melhor compreendida em otimização, mas aqui, vale lembrar que
Agora, sem a dependência do , as equações características são
Exercício: Prove que implica que
Agora note que . Assim, para valores de tempo pequenos em que é condição de fronteira quando . Para generalizar esse valor para valores de grandes,
Com mais algumas condições, conseguimos provar que essa expressão tem de fato uma solução. A formula de Hopf-Lax diz que a solução será